ARGUMENTO 1: Conhecer a própria origem e antepassados
Conhecer a si mesmo é de fato a base para poder conhecer o mundo e seguir em frente.
Não há como somente receber informações ou novos conhecimentos, sem admitir que carregamos uma bagagem de conhecimentos, que por muitas vezes, foram fundamentais para nossas decisões, que fizeram chegar até o presente. O resultado dessas decisões que fizeram chegar até o momento presente é que irão justificar se houve uma estrutura familiar, uma história, uma tradição a ser seguida, um alicerce de apoio ou não. É preciso saber que pertencemos a um grupo, que nossos antepassados traziam uma história e que hoje a continuamos, mas sem menosprezar os ensinamentos, as tradições.
Quando a gente se percebe continuador de uma história, nossa responsabilidade cresce e o respeito pela história do outro também. É preciso trazer a figura dos antepassados para dentro da escola, oferecendo atividades de pesquisa, onde os alunos irão resgatar junto à família, informações que vão fazê-lo compreender e perceber suas características físicas, por exemplo, seus traços mais marcantes, sua cor de pele. Conhecer os lugares de onde vieram seus antepassados, seus costumes, como viviam, como na atividade da construção de um mosaico, que possibilitou uma infinidade de curiosidades e pesquisa, começando pelos primeiros habitantes do Brasil e seguindo pelos povos que vieram a colonizá-lo.
Os alunos só irão se descobrir como pertencentes de um mesmo povo, de uma miscigenação, quando de fato perceberem que são descendentes de várias culturas, que fazem parte dessa mistura. E somente vão se reconhecer e possivelmente respeitar os demais quando fizerem uma busca de seus ancestrais e concluírem que todos descendem de um mesmo povo e que sofreram e sofrem a mesma influencia até os dias de hoje, como, por exemplo, as comidas, nossa fala, as danças e influências religiosas.
ARGUMENTO 2: Preconceito e discriminação das raças: resgate das identidades
Em nossas instituições educacionais hoje, ainda encontramos muitos preconceitos de gênero, etnia, etc., como, por exemplo, quando as crianças colocam apelidos maliciosos uns nos outros, chamando alguém de negrinho, pretinho, ou quando recusa sentar ao lado de alguém... Não é ofensivo, por exemplo, apelidar alguém de alemão. Para acabar ou minimizar esta discriminação e preconceitos, precisamos trabalhar com o intuito de conscientizar nossos educandos de que em nosso país existem distintas culturas, etnias, histórias que devem ser respeitadas por todos os indivíduos. Questionar o que gerou o preconceito, quem o alimenta, quem mais sofre o preconceito.Deste modo, estaremos atenuando estes preconceitos e discriminações, modificando então as relações entre os sujeitos, tornando a escola um espaço sócio interativo, onde formaremos cidadãos que respeitam as diferenças.
Hoje, mais do que nunca estamos envolvidos neste debate, onde renasce a reflexão sobre o papel da escola como espaço de recuperação e afirmação de identidades. Estas reflexões nos levam a levantar a bandeira por uma educação que respeite as especificidades de cada aluno, especialmente aqueles que trazem consigo um histórico de rejeição e discriminação, como é o caso do negro e do indígena. Da mesma forma, é preciso também que refletimos sobre o sistema educacional público e seu trabalho com relação a questões étnico-raciais, uma vez que crianças negras e pobres dependem desse sistema para continuar sua escolarização e, consequentemente sua profissionalização.
É preciso mais do que respeitar e “cobrar” respeito às características e dimensões, é preciso contextualizar a cultura afro e indígena na sala de aula no sentido de “cultivar” as infinitas expressões destas, expressas no seu modo de vida, nas motivações, nas crenças, nos valores, nas práticas, nos rituais, na identidade, como condição para que este aluno não se sinta inferior aos outros e para que seja de fato respeitado e considerado na escola e na sociedade não apenas porque existem leis que punem atos de racismo, mas porque este tipo de comportamento é infundado e sem propósito.
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