A HISTÓRIA DE PETER
1-DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO:
Seu nome é Peter e sua deficiência é Sindrome de Down. Esta cursando o terceiro ano e é a primeira vez que frequenta uma escola de ensino regular. Tudo é muito novo ainda para ele.
É filho único e sua famíla aparentemente, apresenta um bom nível social. É filho único e tem muita liberdade em casa, onde percebe-se também a falta de limites em Peter. Mas interagem bem, e existe confiaça, pois ele vai para a escola sozinho, num ônibus escolar, pois os pais acreditam que ele pode se desenvolver normalmente, mas dentro de suas limitações.
2- HISTÓRIA DE VIDA DO ALUNO:
Peter é um aluno com Síndrome de Down, muito agitado. Apresenta um comportamento egocêntrico e agressivo, não respeitando regras ou limites. Encontra dificuldade de interação com os colegas, devido ao seu comportamento e atitudes.
Foi encaminhado a uma escola regular, com a finalidade de interagir com outras pessoas e promover uma aprendizagem significativa, explorando suas habilidades e limitações.
3- COMPORTAMENTOS OBSERVÁVEIS NA ESCOLA:
Peter estava ingressando na escola pela primeira vez. Tudo era novo, tanto para o aluno, quanto para os colegas e ainda mais para a professora, que não havia trabalhado com um aluno com Síndrome de Down.
No início, a professora sentiu um certo medo, e não sabia muito bem como reagir as atitudes de Peter, que sempre eram egocêntricas e agressivas. Mas a situação estava ficando muitodifícil, pois Peter tinha dificuldades de se relacionar com os colegas, batendo, agredindo, e estes por sua vez acabavam se afastando de Peter com medo de suas reações e atitudes. Ela percebia que os demais alunos estavam sendo prejudicados com aquela nova situação. Eles compreendiam que Peter era diferente, mas não sabiam porque ele agia daquela maneira estúpida. Estavam assustados, mas mesmo assim , não revidavam as agressões e se afastavam dele, gerando um sentimento de raiva e desprezo pelo colega.
Peter não tinha limites, nem obedecia a regras, fazia as coisas como bem entendia e isto deixava a professora preocupada e insatisfeita pois não estava conseguindo chegar até Peter e ajuda-lo como gostaria. Então pensou que poderia tentar mudar a maneira de trabalhar com Peter, incluindo-o ainda mais nas atividades propostas, mostrando-lhe o que era certo e errado. Assim também a turma mudou em relação a ele, recebendo orientações de como reagir as atitudes de Peter e passaram a tratá-lo de forma diferente, tentando conquista-lo carinhosamente, mas mostrando para ele o que deveria fazer para melhorar. Seus colegas diziam quando não estavam satisfeitos com as suas atitudes e o ajudavam na realização das atividades, como também nos diversos momentos de aprendizagem proporcionados pela escola, com jogos , música e atividades físicas.
A escola, por sua vez, adotou uma postura de receptividade e preocupação em incluir Peter nas atividades propostas pela escola. A escola também procurou ajudar a professora e a turma a compreender Peter, colaborando com o aprendizado do aluno em diferentes momentos da aula.
Com o tempo Peter foi se adaptando aquela rotina e estava cada vez mais entrosado e feliz na convivência diária com os colegas e com as aprendizagens que estava realizando. Sua satisfação era visível, ria sozinho em sala de aula, participava das atividades e estava aprendendo. Em casa, a mãe estava muito feliz e satisfeita, Peter já não era mais o mesmo, chegava em casa rindo e assim permanecia por muito tempo. Estava muito feliz em ir para a escola.
Quando chegou o final do ano, e com ele todas as suas comemorações e festividades, Peter estava lá, assim como a turma, conseguiu aprender a ler e se desenvolveu muito em todos os aspectos. A professora estava muito satisfeita com os resultados obtidos e também com ela mesma, por ter aceito o desafio e ter tido um “olhar” especial para Peter, acreditando que ele seria capaz de aprender, assim como os outros. Percebeu o quanto valeu seu esforço e paciência em acreditar que era possível trabalhar com um aluno de inclusão.
Os colegas acolheram Peter e souberam respeitar suas limitações, mas também valorizar suas conquistas e vitórias, e se alegrar com ele. Os colegas descobriram em Peter um valoroso e sincero amigo, e isto os uniu ainda mais. A turma não poderia adiante sem Peter, pois fazia parte da história de cada um deles. Uma de suas colegas relatou que a turma aprendeu muito mais com Peter do que Petr com eles. E a professora satisfeita com o resultado e também com as aprendizagens que teve, destacou que gostaria que Peter fosse seu aluno outra vez.
4- AVALIAÇÃO:
A história de Peter traz a ideia de uma avaliação mediadora, que é aquela construída na interação, no diálogo entre professores e alunos transformando-os em participantes dos processos avaliativos e, portanto, parceiros na estruturação do olhar acerca da construção do conhecimento. É na medida em que o professor interage com seus alunos e busca compreender como eles estão construindo suas lógicas de pensamento, que ele vai produzindo sua capacidade de mediar situações de aprendizagem, tornando-se aprendiz dos processos de desenvolvimento de seus alunos. De maneira que ele vai produzindo o conhecimento sobre o conhecimento.
Dessa forma a avaliação de Peter foi sendo desenvolvida, pois em outro momento pode-se perceber claramente que a avaliação existente na escola, onde predominava a idéia de julgamento do outro, de “testagem” dos saberes do outro, de manipulação dos comportamentos e de controle dos alunos, não funcionaria mais, pois agora com uma nova realidade a avaliação também teria que ser diferente.
O desafio a ser enfrentado ao buscar pontos de interlocução entre avaliação da
aprendizagem e inclusão escolar é o de encontrar uma maneira de utilizar os processos
avaliativos como potencializadores das aprendizagens, como uma ferramenta pedagógica capaz de auxiliar na (re)construção de conhecimentos, fazer emergir as potencialidades de cada sujeito.
A história de Peter nos faz acreditar que a inclusão de todos é um processo possível, viável e de um trabalho em conjunto, que so funciona quando estamos dispostos a encarar desafios e estar abertos para o novo. Não é uma tarefa fácil, pois muitas vezes sentimos vontade de desistir, mas o dia-a-dia vai mostrando que seguindo com passos firmes, o trabalho não se torna tão difícil. É preciso que a escola como um todo se envolva para que os alunos de inclusão tenham suas oportunidades, tenham seu valor dentro da comunidade escolar e seus direitos garantidos, além de um ambiente saudável e favorável para sua aprendizagem.
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