Ao ler o texto \"Conhecendo o aluno com deficiência física\", capítulo I de Rita Bersch e Rosângela Machado, destaco a experiência que tive
com alunos de inclusão onde aprendi muito, pois ambos estavam na mesma série, que era uma 2ª série regular naquela época. Um aluno se chamava Fábio, tinha 14 anos e seu diagnóstico era paralisia cerebral , e como sequela além do estrabismo, apresentava grande dificuldade de locomoção. A outra aluna se chamava Rita , tinha 22 anos e seu diagnóstico era síndrome de down.
O Fábio apesar de suas limitações na escrita , na locomoção , era muito esperto e inteligente, pois era muito atento as falas e comentários de outros, sempre espondo sua opinião. Ele gostava de assistir documentários sobre todos os assuntos e a cada novo trabalho em sala de aula ele tinha fortes argumentos pra apresentar. Ele ajudava muito com seus questionamentos e seu conhecimento . Também gostava de escrever poesias, e já tinha algumas escritas. Recebia apoio na APAE para lançar um livro de poesias. Mas o que mais me chamava a atenção era sua perseverança e atitude. Ele tinha uma garra para aprender e se esforçava para copiar as atividades, mesmo sabendo que não teria muito sucesso. Tentava correr, brincar com seus colegas e sentia uma forte exclusão devido as suas limitações. Mas não desistia. Aprendi muito com ele por mais problemas e dificludades que temos, não podemos desistir do que queremos.
Sabemos também que nem sempre a deficiência física aparece isolada e em muitos casos encontraremos associações com privações sensoriais
(visuais ou auditivas), deficiência mental, autismo etc. e, por isso, o conhecimento destas outras áreas também auxiliará o professor responsável pelo atendimento desse aluno a entender melhor e propor o Atendimento
Educacional Especializado – AEE necessário.
Existe uma associação freqüente entre a deficiência física e os problemas de comunicação, como nos caso de alunos com paralisia cerebral. A
alteração do tônus muscular, nessas crianças, prejudicará também as funções fonoarticulatórias, onde a fala poderá se apresentar alterada ou ausente. O prejuízo na comunicação traz dificuldades na avaliação cognitiva dessa criança, que comumente é percebida como deficiente mental. Nesses casos, o conhecimento e a implementação da Comunicação Aumentativa e Alternativa, no espaço do atendimento educacional, será extremamente importante para a escolarização deste aluno.
[...] é necessário que os professores conheçam a diversidade e a
complexidade dos diferentes tipos de deficiência física, para definir estratégias de ensino que desenvolvam o potencial do aluno. De acordo com a limitação física apresentada é necessário utilizar recursos didáticos e equipamentosespeciais para a sua educação buscando viabilizar a participação do aluno nas situações prática vivenciadas no cotidiano
escolar, para que o mesmo, com autonomia, possa otimizar suas
potencialidades e transformar o ambiente em busca de uma melhor qualidade de vida. (BRASIL, 2006, p. 29)
A Rita era dois anos mais velha do que eu , e eu achava estranho ter uma aluna com mais idade. Sua família não aceitava que ela tinha sindrome de down, e por isso seu aprendizado ficou prejudicado. Quando ela foi encaminhada à APAE já era uma pré-adolescente. Durante o período que ficou na escola aprendeu a escrever algumas palavras apenas, mas interagia com todos, era mutio cativa. Apresentava uma desenvoltura para teatro e dança, e habilidades para pintura. Sempre escrevia para mim"POFESOA BONITA". Era muito teimosa, não gostava de copiar do quadro as atividades e conversava muito , apesar de falar com dificuldade. Mas o que se destacava na Rita era o fato de ela não sentir medo ou vergonha de se expor para os outros . Ela percebia que alguns olhavam para ela de uma maneira diferente, e ela tirava proveito disto par aparecer mais, fazendo graça. Ela tentava chamar a atenção para coisas que sabia fazer ou que dominava, mostrando o quanto é importante ressaltarmos o que fazemos de melhor e que muitas vezes outros não percebem. Sempre somos melhores em alguma coisa.
O que foi mais problemático no trabalho com a Rita, foi que sua famía que não aceitava suas limitações e queriam que ela fosse avaliada como os demais e também não aceitavam o trabalho da escola em procurar explorar suas habilidades. Muitas vezes a família prejudica mais o aluno do que a sua própria deficiência.
No texto já entitulado acima, tem uma frase que diz: "aprendemos aquilo que vivenciamos", e acredito que essa é a mais verdadeira de todas!