terça-feira, 30 de dezembro de 2008

GESTÃO DEMOCRÁTICA

Gestão Democrática é o processo político através do qual as pessoas na escola discutem, deliberam e planejam, solucionam problemas e os encaminham, acompanham, controlam e avaliam o conjunto das ações voltadas ao desenvolvimento da própria escola. Este processo, sustentado no diálogo e na alteridade, tem como base a participação efetiva de todos os segmentos da comunidade escolar, o respeito a normas coletivamente construídas para os processos de tomada de decisões e a garantia de amplo acesso às informações aos sujeitos da escola. Muito fala-se em democracia e em sujeitos críticos e participativos. Segundo Freire, só se aprende democracia fazendo democracia pela prática da participação, pois: “ninguém vive plenamente a democracia nem tampouco a ajuda a crescer, primeiro, se é interditado no seu direito de falar, de ter voz, de fazer o seu discurso crítico; segundo, se não se engaja, de uma ou de outra forma, na briga em defesa deste direito, que no fundo, é o direito também a atuar” (Freire, 1993: 88). Sendo assim, a Gestão Democrática é condição essencial para a qualidade do ensino que buscamos, pois ela é uma forma de organização da escola que possibilita a participação de todos envolvidos no cotidiano escolar, no planejamento, na tomada de decisões, na definição do uso de recursos e necessidades de investimento, na execução das deliberações coletivas, nos momentos de avaliação da escola e da política educacional. É um exercício coletivo e participativo que serve como excelente estratégia para transformar a escola em um espaço público onde diversas pessoas têm a possibilidade de articular suas idéias, estabelecer diálogo e considerar diferentes pontos de vista, valorizando ainda mais o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e igualitária, agregada ao fato de fortalecer cada vez mais a democracia no processo pedagógico, além de ser um caminho para a melhoria da qualidade de ensino. Porém, ela se apresenta como um grande desafio, uma vez que conta com a participação efetiva de todos na tomada de decisões, e com um grande número de pessoas, temos conseqüentemente, um maior número de idéias e opiniões, dificultando a conciliação dos diferentes pontos de vista. Além disso, lidar com resultados, satisfatórios ou não, exige acompanhamento e avaliação constantes, coerência, determinação e vontade, para que se mantenham a coesão, a responsabilidade e a disposição de todos para recuperar os pontos frágeis. Para termos êxito nesse processo, algumas ferramentas são essenciais para que a escola possa atingir seu objetivo, uma que podemos destacar é o Projeto Político Pedagógico, que deve ser elaborado, realizado e avaliado pelo coletivo da escola. Cada Projeto tem um determinado contexto histórico. Precisa ser flexível e prever regulares avaliações e reformulações. Através de sua construção, a escola pode indicar a direção que perseguirá, a organização do seu trabalho educativo, bem como explicitar seus principais problemas, propor soluções e definir responsabilidades coletivas e individuais na superação desses problemas. Levando-se em conta tais considerações, podemos concluir que, para o processo de Gestão Democrática ser realmente eficaz e desta forma, construir uma escola democrática, de qualidade e transformadora é preciso democratizar as práticas de toda a comunidades escolar, adequar à cultura e história específica do grupo, aprender a lidar com a diversidade e da ousadia de cada escola em assumir-se como tal.

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